quinta-feira, 7 de julho de 2011

Um copo meio vazio de amor

De vez em quando saio para andar de skate pelas ruas de SP faço grandes voltas pelo centro onde há uma grande concentração de pessoas o dia inteiro. E nessas voltas costumo  passar algum tempo observando as pessoas ao redor, tentando adivinhar oque cada rosto que passa por mim diz, naqueles breves segundos de encontro. 


Sei que pode parecer clichê (aliás é clichê.), cada um que passa por nós na rua é uma história
que se vai. Um livro que fica intocável na prateleira, com historias e causos que jamais conheceremos.
Já parou pra pensar que um ''Romeu e Julieta'' cruze você qualquer dia, ou então quem sabe (com sorte) ''Gabriela''. É poderia acontecer!
Os de auto-ajuda que ainda não foram parar no hospício, estão fazendo análise, então não tem porque se preocupar em cruzar com um deles.


Mas de volta ao assunto, se observarmos com atenção vamos ver que a idade, a juventude, a inocência o amadurecimento, enfim os fatos da nossa própria vida sempre estão bem na nossa frente andando pelas ruas e olhando de perto ainda que sejamos únicos temos muito em comum.   
Sempre me atento aos casais, talvez por serem a parte mais interessante da vida. Romancistas, novelistas, poetas, músicos, todos fizeram a vida e a fama simplismente porque as pessoas amam casais. Amam porque se identificam  naquelas duas pessoas compartilhando felicidade, ou porque também queriam alguém a compartilhar.


Historias sobre casais garantiram o leite dos filhos, as doses de whisky e as sessões de psicoterapia de muita gente por ai.
Cenas de ciúme, discussões, beijos ardentes, amores ''pra toda a vida'', tudo se relativiza e fica dimensionado quando olhamos de fora. Um bom exemplo disso é o misto de admiração e pena que eu sinto quando vejo um casalzinho de 15, 16, 17 anos jurando ''amor eterno''.
Sem se quer imaginar as voltas que a vida da. Tenho 18 anos, não sou nenhum Expert em relacionamentos mas eu sei muito bem sobre o assunto (apesar dos poucos que tive).
Sei oque os espera.


Nessa correria toda do dia a dia, e na busca por sonhos que filmes e Tv nos vendem acabamos passando batido pelas coisas que realmente importam. Pequenas manias, pequenos ou grandes defeitos , coisas que nos ''incomodam'' quando nos pegamos na situação de se questionar.
Aquela mania de falar durante o filme, o fato dele ser obcecado pelo video-game, o barulho que ela faz quando ri, a mania de querer tudo no lugar, cada pessoa tem suas manias, seus defeitos de fabricação.
Quem nunca ouviu que ''só trocam os defeitos''?


Quando você vê um casal de longe, mãos dadas, beijos carinhosos, não sabe se eles estavam brigando de manha e não tem ideia da carga que ambos carregam e que só o convívio deposita  nos ombros de cada um.


Alegrias, rancores, magoas, planos, vontades, frustrações, aspirações, nada disso importa pra quem vê de fora um casal conversando sorrindo e até mesmo brigando. A dimensão do que o observador pode enxergar é pequena perto de toda a historia de um casal sorrindo. 
Talvez devessemos pensar um pouco assim quando estamos ''dentro'' de um relacionamento.Alguem que nos faça sorrir, que nos faça pensar, que nos faça planejar, que nos faça gozar, que nos faça falta, é alguém importante.


Quem nunca se arrependeu depois, ou nunca se vingou por conta do famoso ''não dar o devido valor''? Isso tudo é bobagem, deixe me dizer.
O sofrimento do outro não da um fim ao nosso, mesmo que você se sinta estranhamente contente e ver aquela sua ex desabando e colocando frases de musica no sub do msn  por você, a dor continua lá. 
Ter razão não nos faz feliz, ainda que seja melhor ser feliz tendo razão.
Não to dizendo que o certo é ''aturar tudo'', mas que devemos enxergar tudo aquilo que nó nos obrigamos a aturar quando assumimos o compromisso com alguém.


Ao invés do ciúmes, das cobranças, das olhadas para o lado, talvez seja mais importante ver a importância dos sorrisos juntos, dos planos em comum, o olhares que quando não estão se cruzando estão olhando para a mesma direção.   


Porque uma pessoa não substitui a outra, uma pessoa substitui um vazio, e ninguém, ninguém é capaz de encher um amor sozinho.

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